Disclaimer: este nome é uma ficçāo minha. Do meu conhecimento, nāo existe na literatura qualquer referência a este nome. Mas nāo é importante.

Durante a minha jornada como treinador, fui aprendendo e desbravando conhecimento ao observar muitos, muitos jogos de diferentes países, contextos competitivos, diferentes idades, etc. 

E continuo a fazer, porque o prazer do Jogo é mesmo esse, observar e aprender.

Jogar desde trás com 2, com 3, com 4 ou 5, incluir ou nāo o Guarda-Redes, laterais por dentro ou fora, extremos por dentro ou fora, definir zonas de pressāo, esperar pelo adversário e sair no contra-ataque, enfim, tudo é válido. 

“Desde que os jogadores o entendam”, já dizia Pep Guardiola.

Mas uma das coisas que mais me fez sentir que acrescentava conteúdo às minhas equipas foi incutir a necessidade de haver, de forma constante, movimentos de ruptura na estrutura defensiva adversária. 

Concretamente, na linha defensiva. 

Desestabilizar, movimentar, colocar em causa, gerar dúvida sobre quem deve fazer e o quê, sāo os fundamentos desta necessidade. 

Porque, qualquer defesa terá que concordar que ter um adversário mais estático é certamente mais estável do que a instabilidade que o movimento provoca naturalmente. Por muito que existam jogadores fabulosos a jogar com o próprio corpo, poderosos fisicamente e capazes de segurar um defesa e proteger a bola, ou aqueles capazes de receber a bola sempre na mesma zona e forma e, mesmo assim, provocar desequilíbrios.

De qualquer forma, de forma probabilística nāo deverá haver dúvidas da estrutura capaz de provocar mais danos, e o movimento ganha claramente!

É desta necessidade de movimento e de procura dos espaços a explorar que nasce a Teoria dos Movimentos Contrários.

 A Teoria define, na sua origem, que os jogadores se relacionam entre si de forma sincronizada, organizada, mas simultaneamente instável e imprevisível, e se movimentam de forma iminentemente contrária ao seu anterior. 

Por exemplo, se o jogador em largura tem bola, o jogador mais perto e avançado terá a responsabilidade de:

  • Procurar o espaço mais adequado para receber a bola em condições favoráveis de prosseguir a jogada, aproximando a equipa do golo
  • Fazer um movimento de aproximaçāo ou ruptura
  • Delinear o movimento de todos os jogadores seguintes (mesmo que de forma inconsciente!)

Qual o problema desta teoria?

Existem alguns, sem dúvida.

O primeiro é simples: nāo é para todos os jogadores! 

Nem todos conseguem entender!

Em segundo lugar, para aqueles que (como eu) acham que conseguem implementar, mesmo que existam dificuldades iniciais em entender o conceito: demora imenso tempo a ser implementado eficazmente. Estou a falar de meses, eventualmente!


Claro que depende sempre do nível onde trabalhamos, mas demora SEMPRE mais tempo do que o clássico movimento sincronizado entre 2-3 jogadores, como os overlaps dos laterais ou os movimentos de aproximaçāo e ruptura quando se joga com 2 avançados, por exemplo. Estes, sem colocar em causa a sua eficácia e eficiência, sāo mais simples na sua génese porque sāo menos complexos e colocam, apenas, em causa a interaçāo entre um número menor de jogadores.

Podem, ainda, existir outros problemas, como o desgaste que provoca, a longitude de cada movimento, ou a consistência colectiva e preparaçāo para a Transiçāo Defensiva.

Esta é uma consideraçāo minha, uma forma de ver o jogo.

Uma que alimenta a minha necessidade de ser imprevisível, ao mesmo tempo que mantém uma estrutura organizada de movimentos expectáveis. Uma que nem eu, nem os jogadores (os nossos e os adversários) sabemos o que vai acontecer no momento imediatamente seguinte, mas que sei que todos o vamos interpretar da mesma maneira.

Esse é o sucesso do meu trabalho – colocar todos com Princípios claros e Comportamentos Específicos para toda e qualquer situaçāo do Jogo, que sāo expectáveis e interpretados por todos de forma similar, mas que dependem da situaçāo e da tomada de decisāo dos jogadores.

Porque sāo eles que jogam.

E isso, para mim, tem um poder imensurável.

O poder de influenciar a tomada de decisāo.

Nāo é exclusivamente meu, nem podia ser.

O que achas desta Teoria?

Há alguma que gostarias de acrescentar?

Vamos analisar o Jogo!

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