Jogar futebol requer níveis mais elevados de compreensāo e domínio de diferentes conceitos, desde tempo e espaço, até às formações e estratégias adversárias, áreas a explorar, diferentes momentos, etc. 

Tudo importa quando se joga, cada detalhe importa e os duelos estão aí para iniciar a jornada que guia as pequenas vitórias à vitória final.

Porém, para obter esses níveis de especialização sāo necessários 2 elementos fundamentais: tempo (para alcançá-lo) e conhecimento do Jogo (muito!).

E, sejamos sinceros, a grande maioria dos jogadores de futebol não tem capacidade para compreendê-lo completamente, mesmo em fases profissionais. É normal, atençāo. Aliás, dentro de cada equipa o conhecimento do jogo é diverso e desproporcional entre os seus jogadores. Também é normal, claro, mas cria lacunas, e consequentemente, comportamentos disfuncionais que normalmente terminam com o fim da posse de bola (quando em posse da bola) ou situações de perigo para a nossa própria baliza e potenciais golos sofridos (quando defendemos).

Portanto, para melhor compreender o Jogo – em termos simples – devemos compreender o Jogo nos Momentos reconhecidos, o que ajudará posteriormente a desenvolver Sessões de Treino mais ajustadas e precisas ao que se procura implementar. 

A literatura apresenta 4 (ou 5) Momentos ao jogar Futebol: Ofensivo, Defensivo, Transição Ofensiva, Transição Defensiva e (alguns) poderá incluir os Esquemas Táticos, ou Bolas Paradas.

Embora eu tenda a concordar com a Terminologia, a forma como desenvolvo meu Modelo de Jogo é baseada em perguntas.

Tomemos como exemplo os Momentos Ofensivos e pergunto:

  • Onde estou com a bola?
  • Quantos jogadores eu preciso para jogar?
  • Quantos defensores estarão lá?
  • Em que espaço pretendo penetrar?
  • Em que ritmo a bola deve se mover?
  • Como posso criar espaço para que os jogadores recebam a bola mais perto do golo em boas condições para avançar ou marcar?
  • Quantos jogadores eu preciso?
  • Se eu perder a bola, estou protegido e protegido defensivamente?

Tomemos 1 minuto para considerar todas as questões declaradas aqui, e provavelmente haveriam muitas mais que se encaixariam corretamente nesta seção.

Podemos até pensar que algumas destas questões podem ser mais Estratégicas para o jogo seguinte do que Tático, ou relevantes ao desenvolver um Modelo de Jogo, e com os argumentos certos, até poderia tender a concordar convosco.

Mas o que pretendo aqui é descrever e guiar-vos na minha jornada de raciocínio e – quem sabe? – ajuda-vos a descobrir a vossa.

O mecanismo de pensamento para compreender o Futebol é imprescindível e a minha termina sempre com o pensamento mais negativo sobre o Momento que estou a estudar – e se nada funcionasse de acordo com o que eu quero?

Este elemento é fundamental para mim, terminar sempre com o “agente do diabo” a fazer a pergunta que ninguém quer responder: “E se correr tudo mal?”

Basta pegar neste exemplo aqui descrito, pois ele determina como quero que a minha equipa jogue, em que área e que espaço quero conquistar, quantos jogadores acredito que seriam necessários para alcançar o sucesso naquele Momento específico, etc. No entanto, porque o futebol (ainda) é jogado por humanos e porque cometemos erros de forma regular, diria quase que como forma de viver (!), devemos incluir o jogo de transiçāo na equação o tempo todo. 

Porque os erros sempre ocorrerão, como deve ser expectável e natural, e vais querer ter a equipa protegida quando isso acontecer.

A todos os treinadores do mundo, não importa o quão bons vocês sejam, se os seus jogadores não entendem o que vocês procuram ou o que querem, não faz sentido.

Pep Guardiola

Consequentemente, o processo recomeça e devemos perguntar como exatamente queremos que as transições aconteçam na nossa equipa e como desejamos que os atletas reajam à perda ou ganho da posse de bola. 

Faz dezenas de perguntas, responde a todas e pratica com base em espaços e áreas de intervenção específicas.

Começa pequeno, foca em comportamentos gerais, inicialmente, para haver espaço para uma abordagem detalhada e em áreas específicas no futuro, simplifique sua mensagem, pois os jogadores precisam de mensagens simples e específicas.

Lembre-se de que o jogador não entende (e provavelmente não entenderá) o Jogo como um Treinador, e isso é uma coisa boa! Isso significa que existe um potencial enorme de se unirem à tua ideia se ela fizer sentido e gerar bons resultados. Mais importante ainda, eles podem construir as suas ideias com base na tua mensagem, nas tuas ideias, na tua Metodologia.

E isso é uma grande responsabilidade!

Não tenhas pressa para te preparares e dá o teu melhor quando a oportunidade surgir!

E, se necessário, adaptemos novamente.

O Modelo de Jogo é simplesmente um documente rasurado na nossa mente e em constante em desenvolvimento.

Prepara-te para responder a todas as perguntas e, principalmente, às dos jogadores!
A tua confiança aumenta e estás mais completo do que antes.

Até à próxima!
Abraço.

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